Era dever de cada um levar a sua.
Uma ideia prévia irrompeu-me a mente, levar o relato do momento em que, Português, a trabalhar na Bélgica, almocei na Alemanha com um Dinamarquês, residente em Londres, colega de um Brasileiro com quem tinha uma vez jantado, em Kent, nos tempos que vivi em França.
Mas... seria apenas o relato de um momento... ainda que o representasse, o mais provável seria ter pouca pontuação na encenação e impacto visual. Para não falar que já o tinha vivido, prejudicar-me-ia também a improbabilidade. Queria fazer boa figura!
Decidi então partir.
Saí do Lima, atravessei Douro, Mondego e Tejo, parei em Setúbal. Levaria o seu mais distinto representante! "Onde queres ir Manuel?", perguntei-lhe. Leva-me a voar, nunca o experimentei em vida, atravessemos o oceano, leva-me à cidade das colunas, mostra-me a sua catedral e a sua praça, o seu capitólio, o encanto das suas avenidas. "E quem traremos de lá?" A Celia, claro! Se é para fazer boa figura, levemos a Rainha!
Regressámos em cima da hora, tinhamos já pouco tempo até ser a nossa vez. Um informático. Pedi-lhe para se juntar a nós, vir também.
Ay, no ha que llorar, que la vida es un carnaval,
es mas bello vivir cantando.
Oh, oh, oh, Ay, no hay que llorar,
que la vida es un carnaval
y las penas se van cantando...
Se é doce no recente, ameno Estio
Ver toucar-se a manhã de etéreas flores,
E, lambendo as areias, e os verdores...
Entrou em cena o informático, confusão, estranheza, olhares que se cruzaram, ombros que se encolheram, sobrancelhas que se franziram, inquietaram-se as mentes, falou de complexidades, teorias, semânticas, pelo meio, de permeio, de açúcar sintáctico!
1 comentário:
que moca;))
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